Após dois anos, São Paulo voltou a receber neste mês o encontro “Top Italian Wines Roadshow” do grupo editorial Gambero Rosso , responsável por obras de referência no mundo do vinho e da gastronomia, além de promotora de eventos nessas áreas.

Produtores representados no mercado e outros buscando importadores dividiam o salão, apresentando seus espumantes, brancos e tintos.

Entre os destaques, impressionaram os brancos da Ottella , de Francesco e Michele Montresor, elaborados com a uva Trebbiano di Lugana, ou “Turbiana”, como é conhecida no local. Molceo 2015 e Le Creete 2016, respectivamente Lugana Riserva DOC e Lugana DOC são pequenas jóias que precisam ser conhecidas: o primeiro, elegante e complexo devido ao longo tempo de contato com as leveduras; o segundo, cheio de nuances e prazeroso.

Tenho especial predileção pelos Etna DOC tintos, mas chamaram mais atenção os Etna DOC brancos de Palmento Costanzo e de Tenute Nicosia, com boa intensidade no paladar. O primeiro, Mofete 2016; o outro, Fondo Filara 2016, de agricultura orgânica; ambos corte das castas Carricante e Catarratto.

Algumas regiões estavam em mais peso que outras.  Os espumantes Franciacorta estavam representados pelos conhecidos Ca’ del Bosco Brut Cuvée Prestige (Mistral), Bellavista Brut Gran Cuvée Alma (Domno) e Gussalli Beretta Lo Sparviere Brut Cuvée n.7 (Tahaa), mas o que mais me atraiu foi o Contadi Castaldi Brut Rosé, corte de Chardonnay com Pinot Nero, de 24 a 30 meses de autólise.

Vários produtores da Toscana, principalmente a região do Chianti, apresentaram seus rótulos. Não podiam faltar os “super-toscanos”, como o clássico Bolgheri Sassicaia 2014, elegante e estruturado, um tinto para ser investido na adega. Da mesma Tenuta San Guido (importado por Ravin), o fino Guidalberto 2013 e o Le Difese 2013; este último, corte de Cabernet Sauvignon com Sangiovese e vinho de entrada do produtor, está em grande momento.

Ainda da região o exótico San Felice Vigorello 2013 (importadora Império du Vin), um Toscana IGT corte de Pugnitello, Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot, generoso no paladar.

Finalmente o Tenuta Viglione Johe Rosso Puglia IGP 2015, de agricultura orgânica, corte de Primitivo e Aleatico, esta uma variedade utilizada na Toscana para vinhos de sobremesa. A fruta e a certa doçura no paladar estão em balanço com o frescor do tinto. Me opondo ao que diz no contra-rótulo ‒ que sugere a companhia de queijos frescos ‒ eu apostaria numa harmonização por contraste, com queijos curados.

Portanto, são diversas as opções para os importadores que querem se aventurar em vinhos italianos de qualidade.

No cronograma, duas master classes tiveram lugar paralelamente à feira de vinhos.

No final houve a premiação de restaurantes paulistanos de cozinha e carta de vinhos italianos, como a Osteria del Pettirosso e a Vinheria Percussi.

O encontro teve assessoria de Cristina Neves Comunicação e Eventos.