Um vinho versátil
Quando foi feita a reformulação visual da garrafa do jerez fino Tio Pepe, foram realocadas as informações que constavam no rótulo anterior: o nome do vinho e o logotipo do produtor são agora serigrafados no vasilhame, deixando mais limpa a etiqueta central, onde foi acrescido o nome da variedade de uva, a Palomino. Sinal dos tempos… A era dos varietais.
Não se toma, porém, apenas um vinho branco feito com a Palomino, mas um bom fino, produzido em Jerez de la Frontera, próximo à cidade de Cádiz, Espanha. É pena que não se tenha mais o costume tão freqüente de tomá-lo, como se fazia há tempos. Nos mais de 30 anos que consumo o Tio Pepe, ele tem mantido a qualidade, sendo excelente como aperitivo, um par perfeito para amêndoas e outras frutas secas salgadas. Frutos do mar, saladas, vegetais e até sopas podem ser com ele acompanhados.
Há quem critique seu papel de harmonizar com a refeição por ser um vinho fortificado – é acrescentado álcool vínico ao mosto já fermentado – mas seu teor alcoólico vem sendo reduzido gradualmente dos 17,5% para os atuais 15%, que não o deixa muito distante de vinhos do Novo Mundo! Aliás, é utilizado largamente na elaboração de pratos da culinária gaditana.
O Tio Pepe apresenta-se amarelo palha brilhante com um leve verdeal. Tem nariz intenso: ervas aromáticas, grama cortada e fruta seca. Muito fresco e seco na boca, revela agradável amargor e um retrogosto de frutas secas num final longo.
Importadora Aurora (tel. 11 3845-3484), ou nas lojas especializadas
Publicado originalmente no site www.winexperts.com.br em 11/2003, esse texto continua válido. O fino é elaborado pelo sistema de solera, que permite uma certa constância de seu perfil no passar dos anos.
O que mudou de lá para cá foi o preço, hoje em torno dos R$149,00, e a criação da Inovini, o braço de vinhos finos da importadora Aurora, que cuida do produto.